Coletânea de alguns argumentos contra a legalização da maconha - Nazareno Feitosa

Coletânea de alguns argumentos contra a legalização da maconha - Nazareno Feitosa*

VIOLÊNCIA NÃO É PROVOCADA SÓ PELA REPRESSÃO
O principal motivo do aumento do consumo de drogas não é a repressão, mas o MATERIALISMO, do ateísmo, consumismo, das desigualdades sociais, falta de educação, de emprego, de paternagem, de limites, de educação moral e espiritual, pelo aumento de mães solteiras, crianças abandonadas, da publicidade, da impunidade, da apologia e exemplos dos famosos, da expansão do álcool, da facilidade de acesso às drogas, da mudança da legislação em 2006 (que aumentou a permissividade e que acabou com a justiça terapêutica), campanhas dizendo que a maconha não faz mal, que seria menos danosa que o cigarro e pelo grande aumento das CO-MORBIDADES: DEPRESSÃO, Bipolaridade, Ansiedade, Transtorno Obsessivo Compulsivo, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, etc., que levam ao consumo de entorpecentes.
Também pelo aumento do número de “folgados” (quarentões solteiros), falta de responsabilidade, de filhos, de esposa, de um lar (IT).
O Brasil é rota para o tráfico internacional. São 17 mil quilômetros de fronteira seca. É vizinho dos três maiores produtores do planeta. Cocaína e crack aqui são baratos. Tem uma gigantesca rede de pequenos traficantes.
Crença equivocada na descriminalização: Jovens acham que a Lei de 2006 não pune (não pune com cadeia, mas é crime). Fumam na frente da polícia, nos estádios, nas ruas.
No Brasil, após a mudança da lei em 2006, houve uma explosão do consumo de drogas.
O álcool está presente em quase todos os crimes: Grande maioria dos Homicídios, estupros, assaltos, violência doméstica, pedofilia, acidentes automobilísticos.
A criminalidade no Brasil também aumentou por estes vários motivos e não pelas drogas ilícitas.
O consumo explodiu com a mudança na lei que descarcerizou o consumo e o fim da justiça terapêutica.

PARA QUE MAIS UMA DROGA LÍCITA?
Já temos duas drogas lícitas que estão destruindo a nossa sociedade. Legalizar mais uma?
Combatamos o álcool, proibindo a propaganda. Uso em locais e horários restritos.
A maior parte da violência é por conta das drogas lícitas e não das drogas ilícitas é o caso do álcool. Teremos a maconha produzindo mais acidentes automobilísticos

EFEITOS DA MACONHA
Grande diminuição dos vínculos afetivos, do interesse pelo estudo, trabalho, esporte, lazer, família, sexo, etc., levando a um processo gradual de alienação e expondo a pessoa a utilizar outras drogas.
Maconha reduz a coordenação motora. No Brasil, a maior causa de mortes de jovens de 15 a 29 anos são acidentes automobilísticos. Queremos elevar essa estatística?
Imagine motoristas de ônibus e pilotos de avião sobre o efeito da maconha outras drogas
No Brasil, ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Não poderíamos obrigar a um teste como o do bafômetro e os sinais exteriores não permitem comprovar que o motorista usou maconha.
Se usada na adolescência, pode reduzir o QI em até 8 pontos. Provoca evasão escolar.
Diminui os vínculos familiares, o interesse pelos estudos, esportes, trabalho, etc.
40% dos usuários de maconha usam cocaína e setenta por cento dos usuários de cocaína usam maconha (LENAD).
Maconha tem 80 a 100 substâncias que ainda não foram bem pesquisadas. Não sabemos tudo o que ela provoca no organismo humano.
Maconha produz dependência química e psíquica e tolerância (OMS, NIDA).

ADOLESCENTES
62% dos usuários de maconha começaram a utilizar as drogas antes dos 18 anos de idade (LENAD). Portanto, falar de legalizar maconha é falar de adolescentes.
Usada na adolescência, tem o mesmo índice de dependência da cocaína (ABP)
A maconha de hoje tem muito mias THC. As pesquisas sobre a redução do QI nos adolescentes que utilizam maconha foram realizadas a partir de 1969, quando os índices do componente ativo eram de cerca de seis por cento hoje a maconha tens de até 25 por cento (quatro vezes maior do que antes).

EFEITOS DA LEGALIZAÇÃO
O consumo das drogas aumentaria muito. Quando dizem que não aumentou em alguns países, é porque as estatísticas anteriores eram inflacionadas como ocorreu com o aborto nos EUA.
O tráfico continuará existindo. Os traficantes não vão simplesmente desaparecer.
A maconha só corresponde a 20% do faturamento do tráfico. Vão continuar traficando ela e outras drogas.
Quem vai experimentar? Quem tem mais de 50 anos? Não. Serão os adolescentes que irão experimentar.
Por que alguns países têm consumo de heroína ao invés de outras drogas? É porque depende do acesso a essas drogas, o uso transformou em costume.
O exemplo da cracolândia é uma verdadeira caricatura da legalização.
Se legalizar e o preço ficar muito alto o tráfico vai continuar existindo. Se baixar o preço vai ter um aumento do consumo. Uruguai estuda criar subsídio para o preço competir com o tráfico.
Se legalizar a maconha seria muito difícil voltar atrás, pois milhares de pessoas ficarão dependentes.
Legalizar e dizer que a maconha é medicinal é diminuir a noção de risco sobre a droga. Estaremos dando uma falsa impressão que o consumo de drogas é algo moral. Se é lícito, é aceitável, é saudável.
E quando o pai questionar o adolescente sobre o uso de maconha? Ele vai retrucar: - Foi legalizada! Eu não estou fazendo nada ilegal!
Dificultará a fiscalização de outras drogas, já que a maconha é volumosa e mal-cheirosa, fácil de detectar.

USO TERAPÊUTICO: SOMOS A FAVOR, MAS COM CAUTELA
Maconha em si mesma não é medicinal. São algumas de suas substâncias como os canabinóides. Em algumas aplicações, o THC. Efeitos colaterais gravíssimos. Necessidade de mais pesquisas.
Na Califórnia, a maioria dos pacientes que está usando maconha terapêutica são adolescentes alegando dor nas costas. Repórter brasileiro consegue facilmente receita e carteira de usuário medicinal (matéria da TV)
"Nós não chamamos a morfina de 'heroína medicinal'. Usar o termo 'maconha medicinal' só confunde as pessoas e vem acompanhado da crença de que você tem de fumar para obter os benefícios" (KS)

CRIMINOLOGIA
ESTIGMA SOCIAL: Os negros e os pobres vão continuar sendo presos. Não é a droga que provoca a sua prisão, mas o estigma social. Se legalizar, continuarão sendo presos.
Se o problema é a cadeia, modifiquemos as penitenciárias. Se fosse por isso, não devemos prender mais nenhum criminoso. Todos têm que responder pelos seus atos.
Também há estatísticas falaciosas sobre o número de presos pela droga. Os principais crimes são provocados pelo álcool.

REDUÇÃO DE DANOS
A teoria de que a maconha ajuda no tratamento do crack é baseada em uma única pesquisa, na verdade uma “observação” há 15 anos e nunca mais foi repetida. Atualmente, não há evidências científicas a esse respeito (RL).
Dar maconha para quem tem problemas mentais como os usuários de crack, uma droga que provoca surtos psicóticos é um grande risco!
A entidade Amor Exigente já acompanhou várias pessoas que fizeram isso e foi um grande desastre.
Política de redução de danos da Inglaterra: Somente 4% deixaram de usar drogas (RL)

SAÚDE
O número de leitos para atendimento hoje já é extremamente deficiente
A União não tem um percentual mínimo para investir em saúde. Somente os estados e os municípios.
O sistema único de saúde do Brasil está praticamente falido
É muito mais fácil legalizar do que querer mudar a educação, a saúde, segurança, desemprego, fortalecer o sistema judicial, etc. do nosso país.

REPRESSÃO EFETIVA TAMBÉM REDUZ O CONSUMO
Quando o ópio foi legalizado na china, 25% da população utilizava. Com a proibição, praticamente desapareceu.
No caso do álcool é uma droga diferente, pois já está arraigado na nossa sociedade, diferentemente da maconha. A Lei seca nos Estados Unidos também acabou por causa da grande depressão de 1929, com o crash da bolsa de valores. Os estados dos EUA estavam quebrados e queriam a receita tributária do álcool.

DEFICIÊNCIA DA SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL
Legislação e sistema penal inadequado. Bens de carros apreendidos do tráfico demoram 11 anos para serem leiloados. As fazendas do polígono da maconha não foram leiloadas. Muitos bens do Fernandinho Beira-Mar ainda não foram apurados.
Facilidade de se tirar outra identidade com nome falso.

PORTE OU TRÁFICO?
Argumento de que a decisão do juiz sobre a quantidade se é porte ou consumo seria arbitrária.
RESP: Não é verdade. O juiz não está completamente livre para arbitrar uma pena. Ele verifica os antecedentes criminais, as circunstâncias, os locais. Os tribunais podem modificar a pena.

DIFICULDADE DE ACESSO AO TRATAMENTO
Não é verdade que o modelo de criminalização impede o acesso do dependente. Ninguém é preso por procurar ajuda. Falta absoluta de estrutura para tratamento no Brasil.

INTERESSES FINANCEIROS
Altos executivos, como George Soros, estão financiando campanhas e investindo no mercado da legalização da maconha. A propaganda da maconha é semelhante à do cigarro na década de 60.

LIVRE-ARBÍTRIO
A droga tira a capacidade de a pessoa discernir corretamente. Nós vamos entregar uma arma pra quem quer se matar? O dependente químico é um doente. Se ele tiver acesso à droga, vai utilizar cada vez mais, comprometendo a sua saúde, sua vida e destruir sua família.
A Dra. Nora Volkow do NIDA diz que 50% da população tem tendência a desenvolver dependências.
Nosso corpo não nos pertence. Ele é uma espécie de outdoor porque o nosso exemplo influencia muito os nossos jovens

EXPERIÊNCIA DE OUTROS PAÍSES
COLORADO (EUA): Um dos casos analisados por Kevin Sabet é o do Colorado, que permite tanto o uso da "maconha medicinal" (desde 2001) como recreativa (a partir de 2014). No Estado, a venda da droga é proibida para menores de 21 anos. Mesmo assim, sete em cada dez adolescentes em tratamento contra dependência química admitiram ter usado maconha medicinal de outra pessoa –e, em média, isso ocorreu 50 vezes. Ainda no Colorado, Sabet afirma que o número de jovens entre 12 e 17 anos que usaram maconha cresceu de 8,15% (em 2009) para 10,47% (em 2011), bem acima da média nacional, que é de 7,55%. No caso de adultos no Estado, dobrou o número de motoristas que, sob o efeito de maconha, se envolveram em acidentes de carro com morte. O índice passou de 5% em 2009 para 10% em 2011.
Nos 19 Estados norte-americanos que permitem o uso de maconha em tratamentos médicos, Sabet diz que três em cada cinco estudantes do último ano do ensino médio conseguem drogas com "amigos". Só 25% compram drogas de traficantes ou estranhos. A margem de erro não foi informada. (KS)
O estado do Colorado já está com o dobro do consumo da média dos Estados Unidos (RL).

SUÉCIA E JAPÃO
Na Suécia, a política é de intolerância às drogas e o tráfico e tolerância e de acolhimento aos dependentes. Suécia e Japão são países onde tem baixo consumo de maconha. Ambos têm política mais restritiva ao uso. No passado, a Suécia havia legalizado o uso na década de 70, mas voltou atrás. Hoje praticamente não existe mais debate sobre legalização das drogas.

PORTUGAL
Em Portugal também aumentou o consumo de drogas.
Portugal não tem a pobreza nem o tamanho do Brasil e a educação é muito superior.
Investiu maciçamente em tratamento, prevenção, moradia, etc. para os dependentes.
Em Portugal depois de alguns anos, várias lojas, as chamadas smartshops foram fechadas por causa da morte de alguns usuários.
Hoje é possível comprar várias drogas nas ruas principais de Lisboa, inclusive maconha. Ou seja, o tráfico não acaba.
OUTRAS EXPERIÊNCIAS BEM-SUCEDIDAS:
Experiência da cidade nos EUA: comunidade envolvida c/ ótimos resultados (RL)
Estado de Utah nos EUA tem baixo índice de drogas: 70% da população é mórmon (RL)

FHC DEFENDE, MAS ADVERTE
Fernando Henrique Cardoso disse que o Brasil não está pronto pra implantar a legalização agora.

ALGUMAS AÇÕES PARA COMBATER A DROGADIÇÃO E A VIOLÊNCIA:
Prevenção.
Educação, especialmente de valores humanos: educação moral e não só intelectual. Combater o materialismo.
Voltar a utilizar a “justiça terapêutica”, que deu excelentes resultados.
Oferecer atividades e empregos p/os adolescentes.
Retomar o lado positivo da “censura”, coibindo apologia às drogas. Proibir propaganda de álcool.
Acelerar o leilão dos bens apreendidos.
O Brasil ter segurança pública, controle de fronteiras, nível superior p/os policiais, aumento do efetivo, capacitação e da qualidade dos servidores.
Reduzir a impunidade, com um sistema criminal rápido e justo. Investir em defensoria pública para os carentes, etc.
Implantar o RIC – Registro de Identidade Civil seguro (no Brasil, muitos bandidos usam identidades falsas)
Transformar as cadeias brasileiras em locais de capacitação, trabalho e estudo. Proporcionar tratamento da dependência e medicação para os detentos e tratamento diferenciado para mães com filhos menores.
Utilizar modelos de solução comunitária, com participação de toda a sociedade, etc.

FONTES: OMS – Organização Mundial de Saúde, NIDA – National Instute on Drug Abuse, Manifesto da Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP, INPAD (Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas) da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) LENAD - Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (2006 e 2012), UNIAD – Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, Site www.maconhanao.com.br, entrevistas com especialistas na área, matérias na TV,
Palestra “Impacto da Legalização das Drogas” do sociólogo Kevin Sabet, especialista do Escritório de Política Nacional de Controle às Drogas do governo dos Estados Unidos que trabalhou para os governos de Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama (entrevista para UOL) http://www.uniad.org.br/interatividade/noticias/item/22086-descriminalizar-maconha-n%C3%A3o-afeta-tr%C3%A1fico-diz-especialista-do-governo-dos-eua
It  = Psiquiatra e educador Içami Tba
ABP = Associação Brasileira de Psiquiatria
KS= Kevin Sabet
RL= Psiquiatra e pesquisador Ronaldo Laranjeira


* O autor é conferencista internacional, bacharel em direito e administração de empresas, policial federal e especialista em dependência química, com vídeos de mais de quatrocentas palestras publicadas no youtube. Site: www.nazarenofeitosa.com.br.

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